Sandra, 26 anos, tem construído sua história
                    levantando tijolo por tijolo. Desde a chegada
                    ao Grupo Mão na Massa, de Sorocaba (SP),
                    cimento e areia têm feito parte da sua rotina
                    todos os dias e ajudado a erguer novos
                    cenários pessoais e profissionais para alguém que jamais imaginou que sairia das ruas.  
                    Abandonada pela mãe juntamente com os dois irmãos, ela foi explorada pelas tias, que faziam com que pedisse dinheiro nos semáforos das avenidas paulistas. Ameaças, violências física e psicológica, fome, falta de oportunidades e privações integraram boa parte da infância e da juventude de Sandra.  
                    A vida da mãe de Amanda, Lucas e Nicole só mudou quando uma amiga indicou a empreiteira escola. Lá, ela aprendeu sobre construção civil e encontrou pessoas que
                      perceberam seu potencial. Foi quando descobriu que, mais do que subir paredes, era
                      possível erguer uma nova vida para a família. 
                    A ex-moradora de rua integrou um grupo de doze jovens mães que produziram tijolos
                      ecológicos, construíram suas próprias casas e compuseram o Condomínio Social Ma
                      naiá. Em 2008, elas receberam as chaves de seus novos lares. “O investimento social recebido representou a esperança de alcançar os objetivos. Vemos cada tijolo de nossa casa como um degrau vencido para uma conquista maior”, comenta Sandra.  
                    Empoderada e protagonista da sua vida, como ela mesmo se define, Sandra continua evoluindo. Está cursando o Ensino 
                      Médio e também trabalha como educadora
                      infantil na Casa das Crianças, local mantido nas dependências da organização,  
                      onde as mães deixam seus filhos quando
                      vão aos projetos de geração de renda. 
                    “Consegui quebrar o ciclo de exploração e miséria que eu passei e que meus filhos poderiam ser as próximas vítimas. Quero me aperfeiçoar mais e sempre e continuar
                      estudando para fazer faculdade”, finaliza.  |