Conquistas e mais conquistas. Assim pode ser definida a trajetória do grupo que, além de
mudar histórias de vida, conseguiu até criar o
Dia da Visibilidade Lésbica, em Natal (RN). O
apoio ainda permitiu a organização e a sustentabilidade através de oficinas de geração de
renda com mulheres da periferia e a inclusão
social das jovens no esporte e nos espaços públicos.
“Aumentou a procura pela organização e o nosso econhecimento. O grupo cresceu muito
rápido com a participação continuada de novas mulheres em busca de transformação
social e autonomia financeira”, comenta a coordenadora da iniciativa, Goretti.
Entre diversas histórias de mudança, a de X. se destaca. Pobre, vinda da periferia, analfabeta e com baixa auto-estima, ela era submetida à exploração doméstica. Ingressou
no grupo através de contatos com amigas e agarrou com unhas e dedos a oportunidade
de aprender costura. Formou-se como a melhor da turma e teve sua carteira assinada,
após 35 anos sem nunca ter trabalhado no mercado formal.
“X. ingressou diretamente em uma das maiores empresas de confecções do Nordeste,
sendo referendada por nossa instituição e elogiada pela disciplina e compromisso”,
ressalta Goretti.
Continuando suas ações em defesa dos
direitos humanos das mulheres lésbicas e
bissexuais, o grupo conquistou o Dia
Municipal da Visibilidade Lésbica de Natal,
que será sempre celebrado em 29 de
agosto. E foi muito mais longe, gerando
impactos profundos na vida de dezenas de
mulheres que estavam distantes do mundo,
sem perspectivas e convivendo com a violência, as agressões e até o narcotráfico.
“As mulheres tiveram acesso a uma nova vida, onde conhecem seus direitos, tomam decisões e contribuem para a construção de um mundo melhor, no qual as pessoas são
respeitadas, independente de raça, classe social, idade e orientação sexual. Elas hoje
afirmam sua identidade enquanto sujeitos de direito”, comenta Goretti. |