A Organização de Mulheres Negras Maria Mulher, de Porto Alegre (RS), ganhou ação no Ministério do Trabalho contra empresa gaúcha que discriminou uma funcionária negra. A corporação foi condenada a pagar os custos de uma campanha publicitária pela igualdade da mulher no mercado de trabalho, além de realizar para dirigentes e funcionários oficinas sobre racismo e desigualdades de gênero.
“Entendemos que se fizéssemos somente os cursos de formação em relações raciais estaríamos afetando apenas a empresa. Já a campanha tem uma amplitude maior e acessa a sociedade como um todo”, comenta a advogada e coordenadora adjunta de Maria Mulher, Letícia Lemos da Silva.
A campanha publicitária que terá duração de um ano conta com outdoors, busdoors e cartazes, além de outras peças que estão sendo veiculadas nas mídias locais, como jornais e TV. Para desenvolver as peças, Maria Mulher precisou trabalhar a sensibilização da agência de publicidade.
“As pessoas fecham os olhos e têm dificuldade de compreender. Ninguém se vê como discriminador”, ressalta.
Desde 2005, Maira Mulher tem parceria com o Ministério Público, encaminhando denúncias e também apoiando na compreensão das questões relacionadas à discriminação contra as mulheres negras.
“Essa campanha é um exemplo de que nossa função não é a de apenas combater, mas também de buscar parceiros. E um dos parceiros deve ser o Estado como um todo”, finaliza.