"Romper Muros para Sonhar Futuros" - essa foi a frase escolhida pelos movimentos de mulheres na América Latina e Caribe que se mobilizaram para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Grupos de ativistas em países como Colômbia, Argentina, Chile, Bolívia, México, Uruguai e também no Brasil foram às ruas no dia 8 março, em uma ação organizada, para conscientizar a sociedade sobre os direitos das mulheres. O ELAS+ integrou esse movimento internacional e acompanhou atentamente os debates que mobilizam mulheres lationoamericanas.
No Rio de Janeiro, o SLAM das Minas organizou uma oficina de cartazes e de lambe-lambe com frases para combater o fundamentalismo e sonhar futuros. O grupo também realizou uma roda de conversa para dialogar com mulheres negras parlamentares e pensar em estratégias para seguir rompendo muros. No entanto, em quase todas as cidades onde aconteceram os atos pelo 8M, houve manifestação de grupos reacionários. A conclusão das mulheres e pessoas trans que integram os movimentos é de que a união de grupos ativistas é cada vez mais necessária.
Gênesis e Tom Grito, integrantes do SLAM das Minas do Rio de Janeiro conversaram com o ELAS+ sobre a relevância dessa integração.
Qual a importância de uma ação organizada com outros grupos da América Latina e Caribe durante o 8M?
A gente acredita que as coisas que acontecem no mundo não estão interrompidas pelo território. Essa barreira do território é também uma invenção para criar fronteiras e distanciamentos. Estar em diálogo com outras mulheres e pessoas trans de outros países tem sido muito importante pra gente, inclusive para olhar para o nosso país e ver o que tem em comum com o movimento que acontece no mundo todo. É importante para pensar respostas.
Acreditamos que a interseccionalidade precisa ser mais representativa, precisa ter mais respeito sobre os múltiplos lugares de fala que existem dentro dos muitos feminismos. Vejo mulheres brancas silenciando mulheres pretas, mulheres cis silenciando mulheres trans e homens trans. Isso ainda acontece. Seria importante que as pessoas se ouvissem mais e respeitassem mais os lugares de fala das múltiplas possibilidades.