Amalia Fischer, coordenadora geral do Fundo ELAS, e Renata Saavedra, gerente de comunicação, participaram no dia 28 de outubro do evento Por um planeta 50-50 em 2030: mulheres do amanhã, promovido pela ONU Mulheres, parceira do Fundo ELAS.
O evento reuniu representantes de diversos setores da sociedade no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro para discutir desafios e estratégias para nos aproximarmos de um mais de um mundo mais justo e com equidade de gênero. A programação palestras no formato Talks, exibição do documentário Precisamos falar com os homens? Uma jornada pela igualdade de gênero, mesa redonda, poesia e apresentações musicais com Hananza e o bloco Mulheres Rodadas.
``As mulheres ainda têm que lutar muito contra o desrespeito com o qual nos tratam todos os dias. Temos que resistir à violação de nossos direitos, algo que ocorre o tempo todo. E essa luta tem que acontecer em todos os lugares. Nas casas, nas ruas e nos ambientes de trabalho. Queremos ter voz e igualdade de condições, para que possamos construir o nosso próprio futuro e nossas próprias possibilidades``, afirmou a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman.
Se continuarmos no ritmo atual, levaremos no mínimo 80 anos para alcançar a igualdade de gênero. Para reduzir essa trágica perspectiva, a ONU estabeleceu uma meta de 15 anos para a igualdade de gênero: uma visão de um planeta 50-50, onde homens e mulheres usufruem dos mesmos direitos e oportunidades, em 2030. Segundo Gasman, o Brasil foi um dos primeiros países a apoiar a iniciativa global Planeta 50-50 em 2030 - o plano desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para alcançar a igualdade de gênero dentro dos próximos 14 anos.
O documento exige que haja a garantia de que todas as mulheres em situação de violência tenham direito à proteção do Estado, planos de cuidados prestados às vítimas de violência sexual por parte de profissionais de segurança e de saúde, licença maternidade para mulheres militares e permissão de registro de filhos e filhas sem a presença dos pais.
Para alcançar a igualdade de gênero, é preciso envolver toda a sociedade, inclusive as empresas, conforme mencionou Regina Lima, diretora jurídica do Twitter para a América Latina. Além da necessidade do engajamento de todos e todas, a relação entre preconceito de raça e de gênero foi uma das questões mais abordadas no evento.
``Foram 354 anos de escravidão. O Brasil foi a última nação a abolir a escravatura e não criou nenhuma forma de incluir os negros na sociedade. Portanto, somos um País bastante racista. Isso faz com que a mulher negra no Brasil tenha que enfrentar um desafio duplo: o machismo e o racismo``, explicou a secretária-adjunta da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Djamila Ribeiro.