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Associação Yamurikumã de Mulheres Xinguanas realizou na última semana o
4º Encontro das Mulheres Xinguanas. O evento aconteceu na Aldeia Capivara, no Parque Indígena do Xingu, de 24 a 28 de outubro, com apoio do Fundo ELAS e do Instituto Avon através do Fundo Fale Sem Medo.
Divulgação da Imagem das Mulheres na Internet e em outras mídias foi
a primeira mesa de debates, com a participação de representantes da Associação Yamurikumã, da FUNAI, da Procuradoria Especial da Mulher do Senado Federal e da Associação Cultural de Realizadores Indígenas e lideranças femininas locais. Houve ainda debates sobre Hábitos alimentares das comunidades indígenas e Saúde da Mulher Indígena”.
Savana Brito, assessora de programas, representou Fundo ELAS no encontro. “O encontro evidencia principalmente a necessidade e a urgência de apoiar as mulheres indígenas em sua luta pela garantia de direitos, já que são um dos grupos de mulheres mais vulneráveis a situações de violência e outras graves violações de direitos”, explica Savana Brito, destacando que o Fundo ELAS apoia mulheres indígenas desde a sua fundação.
“Além disso, essas mulheres enfrentam dificuldades em sua luta e articulação por causa das grandes distâncias que separam as aldeias e das limitações de transporte e comunicação”, conclui Savana Brito.
As Rodas de Conversa das Mulheres Xinguanas acontecem anualmente desde 2014, abordando temas como prostituição, alcoolismo, uso indevido da imagem das mulheres nuas, infanticídio, desinteresse dos jovens pela cultura do seu povo, lixo nas aldeias, DST e saúde da mulher, capacitação para as mulheres, além de outros temas.
O principal objetivo da Associação Yamurikumã é fortalecer politicamente as lideranças femininas das aldeias para que estejam preparadas para representar as comunidades xinguanas nas reuniões dentro e fora do Parque do Xingu. “Não queremos mais que intermediadores não-indígenas falem pela gente, captando recursos e executando projetos em nosso nome. Queremos dialogar diretamente com instituições, apoiadores e financiadores, sem intermediários”, diz Kaiulu Yawalapíti, presidente da Associação.