Desde novembro de 2012, brasileiras interessadas nas questões da sustentabilidade formaram a Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade, uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente. A Rede atrai e mobiliza lideranças femininas que atuam em instituições públicas, empresas privadas, multilaterais, organizações governamentais e não governamentais, e tem como principal objetivo estimular ações de sustentabilidade.
Ao ser criada, a Rede formulou um conjunto de ações ou programas a partir de três agendas principais: (1) empoderamento das mulheres (em consonância com os objetivos da ONU Mulheres), visando promover lideranças femininas em cargos estratégicos nas estruturas de poder público e privado, no recorte estruturante da sustentabilidade; (2) empreendedorismo verde ou negócios sustentáveis, para fomentar a capacidade empreendedora em negócios sustentáveis dentro do marco institucional da economia verde inclusiva; e (3) a necessidade de promover novos padrões de consumo, especialmente nas classes médias urbanas.
O papel das mulheres na promoção de valores em prol da sustentabilidade
“Nós mulheres somos 52,7% da população em idade ativa e o segmento com mais estudo. Nenhum projeto de desenvolvimento, de crescimento sustentado e sustentável pode prescindir desse imenso ativo”, dizem as integrantes da Rede na Plataforma 20, documento que reúne as expectativas e metas do grupo (
Acesse a Plataforma 20 aqui).
“Para nós não basta que as mulheres sejam incluídas no círculo do consumo, é preciso consumir com qualidade. Para nós não basta as mulheres empreenderem mais negócios, se eles forem precários, predadores do meio ambiente e não são saudáveis. Para nós não basta as mulheres ascenderem aos altos cargos das empresas públicas e privadas se nestas posições elas não se constituírem em líderes da sustentabilidade”, explicam.
Amalia Fischer, fundadora e coordenadora geral do Fundo ELAS, também integra a Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade, que conta atualmente com 368 mulheres.
Rede de Mulheres Brasileiras na COP21
A Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade se prepara para lançar iniciativa de incentivo às energias renováveis em território nacional. O grupo vai propor a instalação de pelo menos 1 milhão de painéis solares em escolas, universidades, ONGs e empresas do setor público e privado de todo o país – proposta que será apresentada, na 21ª Conferência do Clima da ONU (COP 21), que acontece em Paris até o dia 11 de dezembro. O evento, com presença confirmada de 147 chefes de estado e de governo, deve culminar na assinatura de um novo acordo para combater o aquecimento global.
A proposta inicial da Rede é que os painéis comecem a ser instalados, em escala crescente, a partir de 2017. A iniciativa deverá contribuir para o cumprimento da meta brasileira de alcançar, até 2030, a participação de 28% a 33% das fontes renováveis (eletricidade e biocombustíveis), além da geração hidráulica. “Além do crescimento de 15% da matriz solar no Brasil, o projeto pode trazer benefícios como o crescimento econômico e a inclusão das mulheres”, descreveu Marina Grossi, conselheira da Rede.
Outra iniciativa que as 25 representantes da Rede de Mulheres levarão a Paris será a proposta de uma pesquisa e discussão, em nível internacional, sobre as dimensões insustentáveis do cotidiano e a busca de equilíbrio entre o uso do tempo e as energias humanas, mobilizando ciência, tecnologia e inteligências criativas para gerar uma ecologia do tempo a serviço de vidas e cidades sustentáveis.