A desigualdade de gênero é um problema global urgente com enormes ramificações não apenas para as vidas de meninas e mulheres, mas também, de modo mais geral, para o desenvolvimento humano, os mercados de trabalho, a produtividade, o crescimento do PIB, e a desigualdade.
Além de ser uma questão social, a desigualdade de gênero é um grande e crítico desafio econômico. Pesquisas do Instituto McKinsey (McKinsey Global Institute – MGI) mostram que a economia global sofre quando as mulheres (que correspondem a cerca de 50% da população economicamente ativa mundial) não atingem todo o seu potencial econômico.
No relatório “The power of parity: How advancing women’s equality can add $12 trillion to global growth”, lançado em setembro de 2015, o MGI enfoca as implicações econômicas da desigualdade entre homens e mulheres e mostra que, em um cenário em que as mulheres desempenham um papel idêntico aos homens nos mercados de trabalho, 28 trilhões de dólares seriam acrescidos ao PIB mundial até 2025. Nesse cenário de máximo potencial atingido, só a América Latina contribuiria com quase 3 trilhões de dólares (2,6 trilhões).
O MGI identificou dez "zonas de impacto" em que uma ação eficaz poderia mover mais de 75% das mulheres afetadas pela desigualdade de gênero para mais perto da paridade. As zonas de impacto globais são: potencial econômico inviabilizado, tempo gasto em trabalho não remunerado, poucos direitos legais, sub-representação política e violência contra as mulheres. As cinco zonas de impacto regionais são: baixo nível de participação em empregos com alta qualificação, baixos níveis de saúde materna e reprodutiva, níveis de educação desiguais, a exclusão financeira e digital e a vulnerabilidade infantil,
Fundo ELAS: pela autonomia econômica, o empreendedorismo e o fim da pobreza de mulheres e meninas
O Fundo ELAS, que tem a promoção da autonomia econômica, do empreendedorismo e do fim da pobreza de mulheres e meninas como uma de suas áreas de investimento, entende a importância do mundo empresarial para a transformação social e a construção de uma cultura mais justa e igualitária.
“As mulheres são a metade da população do mundo e não podem viver excluídas. Com a participação delas o desenvolvimento econômico do país fica mais acelerado”, explica Kaká Verdade, coordenadora executiva do Fundo ELAS.
Por isso, o ELAS é parceiro do grupo Mulheres do Brasil e da Associação Movimento Mulher 360, iniciativas que defendem a inclusão das mulheres para ampliar o desenvolvimento econômico e social no Brasil.
“Essas iniciativas são muito importantes sobretudo porque estão pensando em como as mulheres dentro das empresas podem passar do limite que elas se colocam quando não acreditam em si e têm autoestima baixa – não acreditam que podem chegar aos cargos mais altos. O Mulheres do Brasil está pensando em como mudar disso a partir de cotas”, diz Amalia Fischer, coordenadora geral do Fundo ELAS.
“O Fundo ELAS trabalha pelo protagonismo e pelos direitos das mulheres em todas as classes sociais, especialmente as que têm menos acesso aos recursos. Mas no caso do Mulheres do Brasil, apoiamos também as mulheres que estão batalhando todos os dias de dentro de suas empresas para alcançar cargos mais altos e equidade de gênero, e outras lutas como por creches por exemplo, em que o ELAS tem que estar. Somos parceiras também da Associação Movimento Mulher 360, que apoiamos na construção dos indicadores de gênero que ela desenvolveu”, completa Amalia.
A gerente de desenvolvimento Vanessa Lucena também destaca a importância das iniciativas que lutam por equidade de gênero no universo corporativo: “Só é possível acelerar os passos rumo ao desenvolvimento econômico da mulher tendo as empresas como parceiras atuantes nesse movimento”.
“O ELAS acredita numa filantropia das mulheres para as mulheres. Queremos desenvolver no Brasil uma cultura de doação e de ação social voltada para o avanço dos direitos das mulheres brasileiras”, diz Kaká Verdade.
Assista aqui ao vídeo de apresentação do relatório, disponível em inglês.