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O evento faz parte de uma intensa agenda espalhada por todo o país dedicada ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho. O dia 25, entretanto, é muito mais do que uma data comemorativa: é um marco internacional da luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero, o racismo e a exploração de classe. Instituída em 1992, no I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, a data foi criada para dar visibilidade e reconhecimento à presença e à luta das mulheres negras na América Latina.

 

No Brasil, desde 2014 a data é também o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que viveu no atual estado do Mato Grosso, no Brasil, durante o século 18. Sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído e sua população foi morta ou aprisionada.

 

A ex-senadora Serys Slhessarenko, autora do projeto da lei que instituiu a data, destaca que, em toda a América Latina, apenas o Brasil ainda não comemorava o Dia Internacional da Mulher Negra em 25 de julho. “É preciso criar um símbolo para a mulher negra, tal como existe o mito Zumbi dos Palmares. As mulheres carecem de heroínas negras que reforcem o orgulho de sua raça e de sua história”, disse, na ocasião de aprovação da lei.

 

Além do Coletivo de Mulheres Negras do Mato Grosso do Sul, diversas organizações e grupos de mulheres negras estão em luta e em festa em todo o Brasil. A Associação das Mulheres Quilombolas de Capoeiras também realiza um ato em celebração ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra e pelo fim da violência contra a mulher. O evento acontece dia 25 na sede do Bangu, em Capoeiras/Macaíba (RN), a partir das 11h30. A programação inclui uma feijoada, palestras e apresentações culturais. O ato encerrra o projeto "Mulheres em Ação: carinho sim, violência não!", apoiado pelo Fundo Elas através do Fundo Fale Sem Medo, uma parceria com o Instituto Avon.

 

 

- Na quinta-feira, dia 23, o Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz promove o Seminário “Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha”, de 9h às 17h.  Estarão em o debate temas como “Mulher Negra, Saúde e Lutas Sociais” (com Maria Inês Barbosa, da Opas/OMS e Magali Almeida, da UFBA) e “Mulheres de Axé: pelo direito à liberdade religiosa” (com Íyá Marlise de Oxum e Mãe Flavia Pinto). Jurema Werneck, médica e ativista da ONG Criola, fará a conferência “Para onde marcham as mulheres negras no Brasil de hoje?”. Informações aqui: http://goo.gl/H2pnOZ

 

- Em Salvador, o Instituto Odara realiza, nos dias 23 e 24, o Seminário “A Participação das Mulheres Negras na Política: Estratégias e Desafios”. O evento será no Espaço Cultural da Barroquinha e integra a 3ª edição do Julho das Pretas. Veja aqui: http://goo.gl/fbycGD

 

- Em Pedra de Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro, o Coletivo Mulheres de Pedra promove no dia 25 o encontro VIVAS - Vivências Interação e Visibilidade de Afro-Brasileiras, reunindo literatura, performances artísticas, rodas de conversa e cinema. Acontece de 10h às 22h: https://goo.gl/kzw0pP

 

- Na Gamboa, Rio de Janeiro, o Comitê de Cultura pelo Poder Popular ocupa a Praça da Harmonia com atividades culturais que vão da poesia à roda de samba. No sábado, 25, a partir das 15h: https://goo.gl/xUcWXz

 

- Em Niterói (RJ), o Seminário “Empoderamento: Mulheres Negras de Niterói” reúne militantes e especialistas como Rosália Lemos fundadora da E´LÉÉKÒ e professora do IFRJ) e Tatiara Souza (Subsecretária da Coordenaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial em Niterói). Às 10h, no dia 25: https://goo.gl/GqqvmM

 

- O Coletivo Mulheres na Luta promove uma tarde de atividades culturais em São Paulo no sábado, com oficinas de trança, turbante, grafite e muita música. O microfone é aberto: https://goo.gl/tCKduT

 

- Em São Paulo também acontece a Ocupação Preta no Centro Cultural da Penha. Dia 25, a partir de 15h30, com oficinas e shows com a cantora Dory de Oliveira e Tássia Reis. Saiba mais: http://goo.gl/OKBZ2Z

 

- A Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop comemora a data na Casa das Caldeiras, em São Paulo, no dia 26, a partir das 15h, com apresentações das rappers Sharylaine, Luana Hansen, Brisa Flow e outras, além de grafite, roda de conversa e feira de empreendedoras. Veja aqui: https://goo.gl/GdJOlq

 

- A Associação de Mulheres Negras Aqualtune e Afrolaje convidam para o II Prêmio do Dia da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha, no dia 25 às 15h. Serão premiadas importantes militantes do movimento de mulheres negras nacional, como Edmeire Exaltação (socióloga e coordenadora da ONG Coisa de Mulher), Rosângela Castro (Articuladora Nacional do Grupo Mulheres Felipa de Sousa) Marcelle Esteves (Secretária de Combate ao Racismo da ABGLT), Clatia Vieira (advogada e membra da Mulherada do Morro) Vanda Ferreira (integra o Conselho Honorário do Fundo Elas), Rosália Lemos (fundadora da ELÉÉKÒ e professora do IFRJ), a jongueira Adriana Penha (in memoriam), Iyalorixa Nara de Oxossi (zeladora do terreiro Asé Ylê Aiyê Oju Ode Igbo), a rapper Janaina Oliveira (ReFem), entre outras. Confira: https://goo.gl/h4K4CZ

 

- Domingo é dia da Pré-Marcha das Mulheres Negras no Rio de Janeiro. A concentração será no Posto 5 da Praia de Copacabana, às 9h. A manifestação é um aquecimento para a Marcha das Negras 2015 – Contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, que acontecerá no 18 de novembro, em Brasília. Acesse para saber mais: http://www.marchadasmulheresnegras.com/