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Notícias |
Retrospectiva 2014 (23/12/2014)
Elas
2014 foi mais um ano de agenda cheia! Muitos projetos e parcerias, a realização dos Diálogos do XIX Concurso do Fundo, em parceria com o Instituto AVON, algumas mudanças internas e a presença em eventos nacionais e internacionais importantes para o nosso trabalho. |
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2015 chega trazendo grandes perspectivas, parcerias já firmadas e a certeza de que continuaremos firmes na luta em defesa dos direitos das mulheres e pelo seu empoderamento. |
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No cenário nacional terminamos o ano de 2014 com uma bela atuação da bancada feminina do Senado que conseguiu incluir feminicídio no Código Penal (PLS 292/2013).Veja Mais |
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O Plenário do Senado aprovou no dia 18/12/2014 a inclusão do feminicídio no Código Penal como circunstância qualificadora do crime de homicídio (PLS 292/2013). Feminicídio é o termo usado para definir o homicídio praticado contra a mulher por razão de gênero ou mediante violência doméstica e/ou sexual. A expectativa é de que a inclusão do novo dispositivo legal reduza o número de mortes de mulheres no País. O projeto segue para votação na Câmara dos Deputados e é originário da CPI Mista da Violência contra a Mulher quando foi constatado que a aprovação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) foi um ponto de partida, e não de chegada, no combate à violência contra a mulher. A defesa da inclusão do feminicídio no Código Penal está em sintonia com recomendação da Organização das Nações Unidos (ONU).
A aprovação do texto soou como uma resposta às declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) que recentemente disse, no plenário da Câmara, que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque "ela não mereceria". "O Congresso não pode ficar impassível diante de tanta barbárie e silenciar sobre o assunto. Por isso é importante a votação do projeto", afirmou Gleisi Hoffmann. A pena para os crimes de feminicídio vai de 12 a 30 anos de reclusão. O projeto segue agora para a apreciação na Câmara dos Deputados.
Diversos países têm adotado instrumentos jurídicos de combate ao feminicídio. No México, prevê-se até 60 anos de prisão. Há ainda legislações do gênero na Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia e Peru, entre outros.
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Na cena internacional,
a destacar, um pouco de esperança de mais paz e justiça para o mundo com o reatamento das relações diplomáticas entre Cuba e EUA. |
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Entre nós, mulheres, notícias de encontros – nacionais e internacionais - na Europa, França e Bahia. Na América também, onde o Fundo esteve representado em encontro no México. |
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Na França, em Deauville, aconteceu entre 15 a 17 de outubro o Forum de Mulheres, 14º Encontro Global – Liderança por um mundo mais equitativo no qual o Fundo ELAS esteve representado por Kaka Verdade, sua Coordenadora Executiva.
Ainda na França, Paris, o Fundo ELAS participou, representado por sua Gerente de Programa Luciana Campello, do Simpósio Internacional "1975-2015: "1975-2015: quão longe está a igualdade de gênero?", organizado pelo Ministério das Relações Exteriores e Desenvolvimento Internacional da França em conjunto com a organização francesa Genre en Action. O Simpósio aconteceu no dia 16 de dezembro, em Paris, e teve como objetivo reunir especialistas e organizações de diferentes países para discutir os avanços da igualdade de gênero desde 1975 até os dias de hoje, bem como identificar os entraves ainda existentes para o cumprimento dessa agenda a partir de 2015.
O encontro contou com a participação da Diretora Executiva da ONU Mulheres Laskshimi Puri e a Premio Nobel da Paz 2011, Tawakkol Karman, além da presidente do Comitê da CEDAW, Nicole Ameline, entre outras importantes especialistas, acadêmicos e ativistas.
#cestencoreloinlegalite
Na Bahia, em Salvador, Eliana Custódio, Gerente de Empreendedorismo e Economia Solidária representou o Fundo ELAS no Seminário Nacional de Mulher e Cultura realizado entre os dias 28 e 30 de outubro, que refletiu toda a diversidade cultural brasileira produzida por mulheres, respeitando as especificidades de cada grupo ali representando. A troca de saberes e informações registradas neste evento é uma grande fonte de empoderamento para as mulheres.
No México, Amalia E. Fischer P., Coordenadora Geral do Fundo, representou o ELAS na Reunião sobre novos papéis e expressões da sociedade civil – 12º Encontro Ibero-americano - que abordou a relação da iniciativa privada com movimentos sociais, especialmente ONGs. O encontro teve a participação de muitas empresas mexicanas e a impressão que ficou foi a de que, ao contrário do que acontece no Brasil, as empresas mexicanas possuem a postura de direcionar as ações do 3º setor, movimentos sociais e ONGs. No Brasil a relação é oposta e os movimentos sociais têm um poder maior de interferência na orientação das empresas para as políticas sociais a serem adotadas.
Um dos temas mais interessantes da reunião foi o das novas tecnologias de comunicação, onde a concentração de jovens era, claro, densa. Os relatos e debates entre organizações e grupos informais deram conta de que, apesar de realizarem um trabalho muitas vezes maravilhoso e saberem usar as TICS com destreza, falta-lhes renovar a linguagem para tocar a sociedade com mais eficiência. Assim como aqui, lá está posto o desafio: como mobilizar e dar visibilidade a grupos, movimentos e organizações da sociedade civil para o trabalho desenvolvido, usando as TICs e outras formas de comunicação, de modo a impactar os corações e mentes?
No bloco temático do qual o ELAS participou mais diretamente (equidade e inclusão) Amalia trouxe à cena a questão da alteridade como contraponto à dicotomia inclusão X exclusão, um olhar de quem se sente hegemônico. É preciso sair dessa lógica e ver que essa questão está é mesmo ligada ao uso do poder , à discriminação, à opressão e desigualdade.
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Instituto Avon lança pesquisa “Violência Doméstica: o jovem está ligado?”
No dia 3 de dezembro, o Instituto Avon anunciou, no Fórum Fale sem Medo, realizado em São Paulo, os resultados de pesquisa. Realizada em parceria com o Data Popular / Instituto Patrícia Galvão, organização apoiada pelo Fundo Elas a pesquisa deixa um alerta sobre o machismo nas novas gerações.
Segundo Amalia E. Fischer P., coordenadora geral do ELAS, que esteve presente no lançamento, a pesquisa deixa claro que por mais que se fale que o feminismo não tem mais razão de existir, de que vivemos uma era pós - feminismo, os dados indicam que ainda é muito necessário lançar mão da contextualização e da teorização contida na proposta do feminismo em relação a não mais violência contra as mulheres. Entre os jovens ainda prevalece o machismo nas relações e as mulheres e seus corpos ainda são tratados como objeto. Foi dado um forte alerta para apoiadores e organizações sobre a necessidade da desconstrução do patriarcado nas novas gerações.
A pesquisa teve como universo dois mil jovens, entre 16 e 24 anos, nas cinco regiões do País, entre 8 e 13 de novembro deste ano e foi realizada por meio de questionário online de autopreenchimento.
Os pesquisados responderam questões sobre relacionamentos afetivos, relacionamentos virtuais, sexualidade, Lei Maria da Penha, violência nos relacionamentos e cyber vingança.
Na avaliação de analistas, as redes sociais têm papel fundamental no comportamento e nas reações dos jovens nessa faixa etária e as postagens, imagens e relacionamentos são moldados pelas atitudes compartilhadas na web.
Segundo o levantamento, 96% dos entrevistados/as reconhecem a existência de machismo no Brasil e o índice dos que aprovam a Lei Maria da Penha é o mesmo (96%); 31% mulheres já foram molestadas no transporte público;
66% das mulheres afirmaram positivamente quando questionadas (com base em uma lista de agressões apresentadas) terem sofrido algum tipo de ataque;
55% dos homens admitiram ter xingado, empurrado, ameaçado, dado tapa, impedido de sair de casa, proibido de sair à noite, impedido o uso de determinada roupa, humilhado em público, obrigado a ter relações sexuais, entre outras agressões; 43% dos jovens entrevistados afirmaram terem visto a mãe ser agredida pelo parceiro; entre outros.
Como vimos há a necessidade de muito investimento, ainda, nessa desconstrução do machismo e da hierarquização da sociedade com base no gênero para parar a violência contra as mulheres. No lançamento o Sr. Lírio Cipriani, diretor do Instituto Avon, destacou a importância de campanhas como a Quem Ama Abraça Fazendo Escola, realizada pela REDEH (Rede de Desenvolvimento Humano) e IMM (Instituto Magna Mater) e apoiada pelo Instituto Avon, dirigida especialmente às crianças e jovens, para que as novas gerações se formem de modo diferente, sem preconceito e com mais respeito e acendam a esperança de relações com valores renovados em prol de um mundo melhor e mais justo para as mulheres.
Saiba mais sobre a pesquisa em:
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2014/12/instituto-avon-e-data-popular-divulgam-pesquisa-sobre-violencia-domestica
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